Poucos pais esperam receber o diagnóstico de testículo ausente ao segurar o bebê recém-nascido nos braços. Mas acredite, essa condição chamada de criptorquidia é mais frequente do que muita gente imagina. Trata-se do não posicionamento correto de um ou dos dois testículos na bolsa escrotal – e se não for tratada com orientação médica, pode trazer impactos consideráveis para a vida adulta do menino.
Ao longo deste artigo, vou te mostrar não só como identificar os sintomas, mas também explicar de forma simples as causas e os cuidados indispensáveis para evitar problemas de fertilidade ou até algo mais grave, como câncer testicular. Parece assustador, mas com informação, tudo fica mais fácil de entender e de agir a tempo.
Como reconhecer a criptorquidia
No consultório, é comum ver a dúvida nos olhos dos pais: cadê o testículo do meu filho? Em alguns casos, é apenas um que não desceu (unilateral). Outras vezes, ambos não são palpáveis (bilateral), o que exige ainda mais atenção do pediatra e da família.
A maioria das crianças já nasce com os dois testículos posicionados. Estima-se que cerca de 4% dos meninos a termo apresentem o quadro, número que pode saltar para até 45% em prematuros, conforme dados recentes. No entanto, aproximadamente sete em cada dez casos se resolvem espontaneamente nos primeiros meses de vida, principalmente quando se trata só de um lado.
Mas atenção! Se o testículo não é palpável até seis meses de idade corrigida, a possibilidade de descida espontânea diminui muito, sendo necessária avaliação e programação de tratamento com urologista pediátrico.
As causas por trás da descida incompleta
A movimentação dos testículos para o escroto durante a gestação é um processo delicado e dependente de muitos fatores.
- Prematuridade: quanto mais cedo o bebê nasce, maior o risco do testículo não completar sua jornada até a bolsa escrotal.
- Alterações hormonais: problemas na produção de hormônios masculinos podem atrapalhar o deslocamento.
- Fatores genéticos: há casos em que variações genéticas influenciam, tornando a condição mais frequente em algumas famílias.
- Malformações anatômicas: defeitos no canal inguinal ou estruturas próximas podem impedir a descida total.
Entendendo os tipos: retrátil, ectópico ou realmente não descido?
Nem sempre um testículo ausente ao toque significa, de fato, que ele não desceu. Existem situações em que o testículo está presente, mas se movimenta excessivamente (retrátil), ou então segue para uma posição errada, fora do caminho tradicional (ectópico).
- Testículo retrátil: se movimenta entre o escroto e o canal, principalmente por ação exagerada do músculo cremáster. Na maioria cresce normalmente e raramente precisa de cirurgia.
- Testículo ectópico: ficou "perdido" em outra região, como virilha, coxa ou até períneo. Nesses casos, a correção cirúrgica é indicada, pois dificilmente descerá sozinho.
- Testículo verdadeiramente não descido: está no caminho, mas preso mais acima, sem chance de chegar ao local esperado sem intervenção médica.
Nem todo testículo fora do lugar significa preocupação, mas só um especialista pode dizer o que é cada caso.
Sintomas e sinais clássicos
Curiosamente, a manifestação principal da criptorquidia é mesmo a ausência do testículo na bolsa. Não costuma causar dor, vermelhidão ou incômodo imediato. É o toque experiente do pediatra que detecta o problema no exame físico, geralmente já na maternidade.
Em garotos maiores, pode haver assimetria escrotal visível. Alguns até tentam evitar brincadeiras ou esportes com medo de lesão, mas essas são reações mais raras. Portanto, a observação dos genitais durante o banho ou troca de fraldas é fundamental no dia a dia da família.
Diagnóstico: exames e o papel do orquidômetro
A comprovação da criptorquidia, geralmente, não requer exames complexos, mas depende de avaliação clínica cuidadosa. Quando surge dúvida no exame físico, o médico pode recorrer ao ultrassom para localizar o testículo ausente. Em situações mais difíceis, exames de imagem incluem até ressonância magnética ou laparoscopia diagnóstica.
O orquidômetro de Prader, amplamente explicado no site Orquidometro.com.br, é uma ferramenta fundamental para medir o volume testicular e acompanhar o crescimento, especialmente nas consultas de seguimento. Essa medição auxilia no planejamento do tratamento e ajuda a identificar problemas de desenvolvimento testicular ao longo do tempo.
Consequências: fertilidade e outros riscos
O impacto mais temido da criptorquidia a longo prazo é a infertilidade. Isso acontece porque os testículos precisam de uma temperatura cerca de 1,5°C a 2°C menor que a corporal para produzir espermatozoides saudáveis. Quando permanecem na cavidade abdominal ou canal inguinal, ficam expostos a um calor inadequado, resultando em produção e maturação comprometidas dos gametas masculinos, conforme descrevem os estudos sobre o tema.
Além disso, há o medo do câncer testicular. A incidência é mais alta em casos não tratados, e alterações no tecido testicular a partir dos 2 anos já são documentadas em estudos, reforçando a necessidade de intervenção antes dessa idade (estudo de Hadziselimovic).
Outros riscos que não se pode ignorar incluem possibilidade de torção — quando o testículo gira em torno do próprio eixo — e traumas frequentes, sobretudo em casos ectópicos.
Tratamentos: o caminho da solução
Quando agir: o tempo certo faz diferença
Os protocolos médicos atuais recomendam iniciar os preparativos para operação a partir dos 6 meses completos do bebê, principalmente se não houver sinal de descida espontânea. O motivo é simples: quanto antes o testículo for reposicionado, maiores as chances de evitar danos definitivos.
Orquidopexia: a cirurgia padrão
A orquidopexia é a cirurgia destinada a colocar o testículo na bolsa escrotal. Costuma ser um procedimento seguro, realizado sob anestesia, com alta rápida e recuperação tranquila. Em casos raros, quando o testículo não é encontrado ou já sofreu lesão irreversível, pode ser necessária sua remoção (orquiectomia).
- Testículo unilateral: orquidopexia para reposicionar e fixar no escroto.
- Bilateral: ambas as cirurgias podem ser feitas no mesmo momento, dependendo das condições clínicas.
- Testículo não identificável: investigação adicional com exames e eventual indicação de outras abordagens.
O papel do acompanhamento
Acompanhamento com urologista pediátrico é indispensável mesmo após a cirurgia, para monitorar o crescimento testicular – uso do orquidômetro é bem comum aqui – e a função a longo prazo. Em casos de testículo retrátil persistente ou ectópico, novas avaliações podem ser solicitadas ao longo da infância.
Prevenção e a vida adulta
Infelizmente, não existe uma fórmula para prevenir o surgimento da criptorquidia. Mas o diagnóstico precoce, feito ainda nos primeiros meses de vida, muda o desfecho da história para melhor.
Apesar de assustar pais e familiares, quando tratada corretamente, a maior parte dos meninos leva uma vida absolutamente normal, sem limitações para esportes ou outros desafios típicos da adolescência e fase adulta. A informação certa, no tempo certo, faz diferença.
Teste sempre! O simples hábito de examinar o bebê a cada troca faz a diferença no futuro.
Conclusão
A descida incompleta dos testículos é uma questão que exige atenção e cuidado desde o início da vida. O acompanhamento correto, a busca por diagnóstico precoce, o entendimento de cada tipo de posicionamento e o uso de ferramentas como o orquidômetro de Prader — amplamente detalhado aqui e no Orquidometro.com.br — são fundamentais para garantir a saúde futura desses meninos. Se você busca conhecimento confiável, soluções práticas e equipamentos de qualidade, vale conhecer melhor o nosso site e conferir nossos produtos e informações de confiança. Cuide da próxima geração investindo em saúde hoje.
Perguntas frequentes sobre criptorquidia
O que é criptorquidia?
Criptorquidia é a condição em que um ou ambos os testículos não descem para a bolsa escrotal do menino até o tempo esperado após o nascimento. Pode variar de leve, quando só um lado é afetado, até formas mais graves, como a bilateral, exigindo investigação médica e acompanhamento regular.
Quais os sintomas da criptorquidia?
O principal sintoma é a ausência do testículo palpável no escroto. Raramente a condição provoca dor ou outros sinais, principalmente nos primeiros meses de vida. Assimetria escrotal e, em crianças maiores, desconforto ou insegurança quanto à aparência podem surgir.
Como tratar a criptorquidia?
O tratamento padrão é a cirurgia chamada orquidopexia, realizada geralmente entre os 6 meses e 1 ano de idade. Em casos específicos, exames complementares e acompanhamento próximo com urologista pediátrico são indicados para garantir o melhor resultado possível.
Criptorquidia pode causar infertilidade?
Sim, principalmente quando não tratada a tempo. O testículo fora do escroto fica exposto a temperaturas inadequadas, prejudicando a produção de espermatozoides e aumentando o risco de infertilidade na vida adulta.
Quando procurar um médico para criptorquidia?
A orientação é procurar um especialista ainda nos primeiros meses de vida do bebê, especialmente se após o sexto mês o testículo não estiver facilmente palpável na bolsa escrotal. Diagnóstico rápido faz toda a diferença no prognóstico e prevenção de complicações.